Friday, March 11, 2016

11/3/2015 São Petersburgo 2º Altitude 13m



Resolvemos não começar com o Hermitage logo de cara (apesar dele estar, quase literalmente, na cara), por medo do tamanho do museu. Fomos andar pela cidade, primeiro por um canal, aonde conhecemos o Shtolle - uma franquia de pierogi, uma espécie de empadão com massa de pão, que virou nossa comida favorita. Na ponta do canal, ao lado de uma simpática família de patos, se erguia - enorme - a catedral do São Salvador Sobre o Sangue Derramado. Eles são um pouco dramáticos. É uma igreja neorussa, que no
nosso caso conhecemos antes das igrejas russas medievas de verdade; em volta dela, uma grade separa o paço das ruas em volta e do parque ao lado; foi a nossa primeira "grade russa." Ao contrário do Brasil, em que há grade em todo canto, lá eles têm relativamente poucas, mas quando têm... Eventualmente, fomos parar na Avenida Nevsky ao invés disso, que afinal é A avenida. Lindíssima. As peterburguesas, também, e tudo de minissaia e salto alto no meio da neve, e andando a passo de granadeiro; como conseguem não tomar estabacos a cada dez passos, não faço idéia. Em contraste com a beleza das mulheres, os homens parecem um pouco o Putin... Andando pela avenida, Mari começou a passar mal de frio, e entramos na Gostinny Dvor, o antigo e enorme bazar, que hoje virou algo entre um bazar, uma loja de departamentos, e um shopping center. Lá, foram compradas uma bota forrada e um sobretudo estilo michelin, que deixaram Mari bem mais feliz. Tinha outras coisas, inclusive uns casacos de peles lindíssimos. E caríssimos, mesmo estando na promoção porque afinal de contas já estava quentinho lá fora, a neve começando a derreter, a primavera havia chegado. Também passamos na Eliseyev, a confeitaria colombo de lá. Só que art nouveau, com bonecos de madeira animados na vitrine; a Rússia às vezes parece mesmo
o lugar de onde saíram os contos de fadas… Na Eliseyev, tomamos um chá com docinhos. O docinho do Thuin era de um gosto que estava achando estranho, pera, pera… Mari: “é banana.” Putz. Claro, banana é chiquérrimo num lugar em que frutas européias são cultivadas em estufas e trigo não cresce porque é muito frio. Na Nevsky também tem a livraria, a Dom Knigi, em que (grazadeus) não ler russo segurou os instintos consumistas. Não que eles fossem inteiramente anulados, mas super nos imaginamos ali dobrando a mochila... passamos no hotel para descansar um pouco, e saímos batendo perna à procura de um restaurante com cara boa na rua. Escolhemos um georgiano, sem cara muito folclórica (se você acha que cantina italiana em SP, ou restaurante mineiro, é folksy-kitsch, você não conhece a Rússia. Eles curtem folk não é nem noutro nível, é em outra dimensão da realidade.) A comida georgiana (salada de feijão vermelho, omelete de miolos, uma sopa de carne com favas, e hatchapuri, uma espécie de prima mais gata da pizza) é um pouquinho melhor que a finlandesa (e, descobrimos depois, que a russa). Um pouquinho melhor que nem a
transsiberiana é um pouquinho maior que o trem de Ouro Preto a Mariana. Passamos num mercadinho pra comprar cerveja, e descobrimos duas coisas: 1) como na Europa e EUA, o empregado de mercadinho é imigrante. No caso, do Cáucaso, e 2) cerveja belga na Rússia é mais barato que na Bélgica. Também não entendi. A cerveja estava quente, mas foi esfriando na mão mesmo no caminho pro albergue.

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