Wednesday, March 9, 2016

9/3/2015 Helsinque 2º Altitude 5m


Para passear na segunda (sim, conseguimos fazer com que o único dia cheio no país fosse uma segunda), em que os museus estão fechados, pegamos o bonde, depois o metrô, que
tem exatas uma linha, até a estação central, passamos por uma livraria lindíssima art nouveau, com pegadas desenhadas no chão do vestíbulo, na entrada e na saída (os prédios na Finlândia fazem de tudo pra conservar o calor), que que descobrimos só mais tarde que foi desenhada pelo Eliel Saarinen, pai do Eero, e por um bulevar largo que eles chamam de Esplanada, até chegar ao mercado municipal. Helsinque é bonitinha, sem ser espetacular. Toda baixa, toda arrumadinha, toda aberta. A arquitetura das áreas centrais parece uma mistura dum
romantismo peculiar deles (do qual o Tolkien bebeu muito, então a Finlândia é conhecida mundo afora sem ser, na língua e nos visuais dos elfos) com Jugendstil. E o bairro em que ficamos cheirava a chocolate! Reparamos quando saímos do prédio, mas andávamos pela rua rumo ao ponto de bonde, e o bairro REALMENTE TINHA CHEIRO DE CHOCOLATE.


Com uma arquitetura eclética-toscana via Inglaterra e boxes de madeira dentro. Comidas mis; muito peixe seco peixe fermentado peixe fresco peixe assado peixe frito ovas de peixe peixe peixe peixe. Muitos patês e geléias, inclusive de carnes exóticas como alce e rena, e frutas idem - espinheiro-do-mar, baga-de-corvo, framboesa-negra, e outras com nomes mais impronunciáveis que Voldemort. Pegamos um pão de centeio - a moça nos explicou que precisava duma boa faca - uma cidra, um pacote de carne de rena seca, algas em conserva, gravlax de peixe
O mercado municipal. Sob a poça, a ciclovia. Maldito Haddad!
branco, ovas de truta, e peixinhos fritos, e fomos do mercado pro cais, ali ao lado, do qual se vai à Suomenlina, a “fortaleza dos finlandeses,” que nasceu como Sveaborg, a fortaleza dos suecos, e costumava proteger o porto de Helsinque - pela maior parte de sua história, contra os suecos, já que a praça forte foi capturada pelos russos logo depois de construída. Do ponto aonde se pega a barca, dá pra ver ao mesmo tempo as duas catedrais da cidade, a ortodoxa, bem russa, e a luterana, bem sueca (lembra um mini-me de São Paulo de Londres, pra falar a verdade, só que mais austera). Na barca, um calor dos infernos do lado de dentro, com o vidro triplo e os aquecedores ao longo de todas as janelas e nas colunas, no inicio só éramos nós e mais um ou outro perdido, chegando na ilha a parte de dentro estava lotada. 







Suomenlina é uma fortaleza da era da vela; os prédios principais e, principalmente, as fortificações em si, poderiam muito bem estar no Brasil, no Caribe, ou na África, não fosse diferente (além do bruta frio) a vegetação que cresce dentro: faias e bétulas, e uma grama comprida e fina, apenas começando a ressuscitar depois do inverno. Ah sim, e as casas particulares, que são bem russas, de madeira pintada, com folhas para proteger o telhado da neve. A igreja no centro da área residencial ostenta uma cúpula luterana hoje, mas painéis fotográficos ao lado mostram que antes da independência ela tinha uma cúpula de cebola ortodoxa - e está cercada de canhões capturados dos russos e ligados por uma corrente. Cá e lá, interferências modernas nos prédios históricos; o banheiro, por exemplo, feito com chapas de aço cortem, chiquérrimo, tremei Richard Serra. Fizemos o piquenique na ponta que dá pro mar; o guia dizia da movimentação de cruzeiros ao anoitecer, mas não aguentamos o frio até lá. A fortaleza hoje é um bairro residencial com algumas escolas de arte, mais o museu da cidade (que estava aberto, mas só descobrimos isso quando passávamos na volta, e já tinha fechado. Cáspite!). Voltamos ao apartamento, passando por um supermercado, onde compramos cerveja (as finlandesas padrão são médias - pensar França e não Alemanha) e peixe (muito bom) pra jantar em casa, aonde também nos esperava a sauna. Ahhh a sauna. 



Aqui, se alguém quiser, o resto das fotos de Helsinque:

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