Wednesday, March 23, 2016

23.3.2015 No trem Temperatura -8 a -2C, Altitude crescente.

A "floresta" dentro da estação Novosibirsk


Ao longo do primeiro dia no trem entre Cazã e Krasnoiarsk, estávamos subindo os urais. O trem não chegava nunca a fazer algo que, aqui no Brasil, chamaríamos de curvas, mas fazia curvas o bastante para serem percebidas e até, às vezes, para ver a outra ponta do comboio de quinhentos metros; alguns trechos de cortes na pedra faziam lembrar que, como deixavam claro os museus de história natural tanto de Moscou quanto de Cazã, aquelas rochas eram de onde ganhou nome o período "permiano" da história do planeta, e imaginar animais pré-históricos e paleontólogos oitocentistas por ali. Tomamos café da manhã com as compras do mercado, e resolvemos na hora do almoço ir conhecer o vagão restaurante. Este tinha cara de avião, todo plástico moldado e courino azul, mas a comida - comemos duas djulienes, cremes com cogumelos e língua - era muito boa, se um pouco cara. O ritmo no trem quando você se dá conta de que vai passar o dia inteiro nele - e o dia seguinte também - é bem diferente do ritmo de quando só vai passar a noite. Ele rapidamente vira mesmo a sua "casa," inda mais quando você está na cabine da segunda classe. Neste começo da viagem, nosso "colega de apê" era um sujeito de seus vinte anos, que pôs um jornal na hora do café da manhã sobre a mesa sem o ler, e lia um manual de engenharia viária; lá pelas quatro da tarde, ele saiu em Iecaterinenburgo, e ficamos sozinhos por um tempo. Foi nessa hora que também descobrimos que, se não havia tomadas dentro da cabine, havia no corredor e, longe da paranóia com os próprios pertences mencionada nos guias, todo mundo deixava os celulares e e-books nessas tomadas do corredor, fosse imprensados nos strapontans, fosse pendurados na janela. Em Iecaterinenburgo, ainda compramos um pão na padaria da plataforma (não dentro da estação, na plataforma mesmo). Tinha forma vagamente de pão de forma, mas casca grossa e miolo acastanhado, cheiroso. Na mesma plataforma, Mari ficou indignada de ver uma moça russa de roupa de ginástica sair do trem pra andar de um lado pro outro na neve.
Uma curva!


Depois de Iecaterinenburgo, a descida dos Urais era um pouco mais íngreme, mas ainda nada remotamente próximo do que chamaríamos de "serra" aqui no Brasil. E nem reparamos quando saímos da Europa e entramos na Ásia...

Bilheteria em Novosibirsk 
O teto da sala de espera em N. 

...e a tabela de horários

No comments:

Post a Comment