Saímos a passear, passando pelos jardins do Almirantado e por dentro da praça Alexandre (a praça que tem no meio do Hermitage). Andando por um canal congelado, quando deu fome e olhamos o guia, ele recomendava um restaurante do outro lado da rua de onde estávamos. Foi nosso primeiro encontro com o Shtolle, um lugar delicioso que vende uma espécie de empadão com fermento de pão, com um zilhão de recheios deliciosos doces e salgados; tinha acabado o de coelho com cogumelos, então comi o de salmão. Seguimos em frente depois do Shtolle, passando ao lado duma igreja neoclássica em reforma, e fomos dar de novo no paço da Catedral do Salvador Sobre o Sangue Derramado. Isso que é nome dramático. Além da catedral em si (em estilo neomoscovita, isso é, imitando as igrejas tipo São Basílio só que em maior escala), a grade do paço é lindíssima; também foi curioso ver ali, no canal semicongelado, uma família de patos selvagens; não parecia, mas a primavera já tava chegando.... Depois da catedral, outra confirmação disso quando andamos pelo jardim Mikhailovsky, ao lado, um belo (e, uma vez não é costume, pequeno parque romãntico à inglesa) e ouvimos uns passarinhos, além dos corvos. Depois andamos pelo Campo de
Marte (onde fomos dar um minuto de silêncio na chama eterna, acesa - diz a placa - com os restos fumegantes duma fábrica destruída pelos bombardeios nazistas), e seguimos (sim, são três parques seguidos) até os jardins de verão. Cuja grade também é linda, o que esse povo tem com grade? Os jardins de verão são lindíssimos, apesar da falta de folhas e das estátuas encaixotadas contra o frio. Thuin se aventurou a pisar com a bota numa das fontes congeladas; graças a Deus a bota é impermeável mesmo, já que o gelo estava fininho, fininho. Comemos na Gruta de Pedro o Grande, que de gruta não tem nada; a gruta artificial original foi trocada por um predinho neoclássico em algum momento do século XVIII. A comida era meia boca, mas o chá era ótimo, e tinha uma espécie de soda limonada com estragão, doce pra cacete mas também ótima. (PS a garçonete era linda)
Depois dos parques, fomos em frente até o museu da água. “São só alguns quarteirões,” mas descobrimos da pior forma possível que os quarteirões de São Petersburgo são enormes. Pelo menos tem que se admitir que a rua é linda, e volta e meia abria-se pra nos dar umas belas vistas do Neva. E passamos na frente da primeira biblioteca nacional russa - um palácio meio velhusco. Finalmente chegamos; é uma estação de tratamento antiga, convertida. Tem uma estátua dum velho com um barril de água na frente, e uma fonte,
desligada pro inverno. Dentro da torre d’água, o museu até era interessantezinho (com a história do abastecimento de água) mas não se parecia com a coisa hi-tech que tínhamos visto nos sites. Na saída, descobrimos por que: nos fundos do terreno está a parte nova e hi-tech. Que, claro, já tinha fechado quando tentamos entrar lá… pensamos em seguir em frente pela avenida e chegar no convento Smolny, mas desistimos em prol de pegar logo o metrô e ir no parque Yusupov, o mais bonito do dia; no caminho, ainda achamos uma loja de quadrinhos, em que a imensa maioria dos quadrinhos era de traduções de coisa americana ou japonesa, mas tinha um ou dois originais russos. Fúria Vermelha e Fé Terrível. Também catamos o mercadão da cidade, mas conseguimos não achar (depois descobrimos que era ridiculamente óbvio) e acabamos comendo numa cantina (stalavaya). Tripa com trigo sarraceno e um balde de cerveja: 8 reais.
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