| A estação Himeji. Ao lado, a loja de departamentos Festa |
Terceiro dia no Kansai, terceira "cidade" a se visitar. (Na verdade todas fazem parte da mesma metrópole, com Osaca de centro.) Para ir a Himeji, pegamos o trem-bala; na maior parte do ano, só param uns poucos expressos em Himeji e o parador, mas nesta época só o direto não está parando, porque todo mundo quer ver o castelo de Himeji com as cerejeiras em flor.
Todo mundo.
Todo mundo MESMO.
Na saída do trem, que parecia saída de metrô no rush, já devíamos ter nos dado conta disso, e deixado pra voltar durante a semana (ainda por cima era domingo, ou seja, a galera toda da região, que dá pra fazer day trip, estava lá também). Mas não pensamos.
| O calçadão de Himeji |
A estação Himeji em si é uma pérola da Bauhaus, incluída a obrigatória loja de departamentos. Ela dá para uma avenida com calçadões, ainda mais limpa do que a média das ruas japonesas, plantada com bordos em ambos os lados; já da saída da estação dá pra ver o castelo na distância. (A "distância" é de um quilômetro, mais ou menos.) Lojas chiques disputam espaço com lojas de tralha pra turista ao longo da avenida. Já no fim dela, uma praça se abre, separada do castelo por uma rua, com poucas árvores e muitas barraquinhas de comida.
| O torreão, visto do primeiro pátio |
A ponte e portão principal do castelo estavam coalhados de gente, mais um engolidor de fogo e um par de sujeitos vestidos de soldados do período sengoku pra se tirar foto junto por módicos sei lá quantos ienes. (Com fila.) dentro, o enorme primeiro pátio, que antigamente tinha uma verdadeira sub-cidade, tem ao invés disso um gramado polvilhado de cerejeiras, nos quais uma verdadeira horda mongol fazia piqueniques. Se permitissem churrasqueiras portáteis dentro do castelo, acho que a visão de longe seria a de um castelo ardendo em chamas, tomado pelo inimigo.
| Um dos muitos portões. Tem alçapões pra jogar pedras e calhas de óleo fervendo. |
A parte paga da visita começa no segundo pátio, depois de uma bilheteria que já foi uma guarita. A passagem pelo portão também foi, naquele dia, o último lugar pelo qual andamos propriamente dito, ao invés de deambularmos em fila indiana. Dali, o sinuoso percurso de um invasor levava a uma sucessão de pátios e, no final, ao torreão, subido também em fila indiana, e em lotes por andar - sai um lote de gente, entra outro. Quase todo mundo olhando só pelas janelas gradeadas, como se fosse um mirante, e muito pouca gente olhando pro interior do castelo - que, a bem dizer, difere bastante do exterior austero mas suntuoso, é basicamente madeira escura sem talha, nem os espaços são muito grandes, o que é até razoável para algo que era uma fortaleza, não apenas um palácio. Thuin se encantou, mas a maioria das pessoas parecia não achar muita graça. As decorações eram temporárias e colocadas em cima disso.
| A sala do harém do torreão de Himeji e um mané fazendo pose. |
| Os muros de pedra seca. |
Na saída do torreão, ainda passeamos um pouco pela barbacã, toda ocupada por um jardim. Não deu pra passar no jardim que queríamos conhecer porque já estava na hora do fechamento, então voltamos à estação e tomamos um chope enquanto esperávamos o trem parador para Kobe. As áreas gerais da estação são sob os trilhos, então cada vez que passava um direto por cima tremia tudo.
| Vista de um ponto da fila para outro. |
Em Kobe, nos deparamos com o pequeno problema de não termos pesquisado antes aonde comer o boi, então recorremos ao tripadvisor, que nos recomendou o corredor de comida da própria estação Kobe; não a shin-Kobe, mas a do meio da cidade. Então pegamos o metrô pra lá e comemos, depois de só sair da shin-Kobe o bastante para ver os arredores, com um rio canalizado transversal à estação (que é alojada entre dois morros). Comemos um pouco preocupados com a hora, com perder o último trem, mas inda deu pra aproveitar; não que o tal boi seja tão interessante assim. É mais macio do que gostoso. Mas o resto do prato de sashimi estava uma delícia, e o tonkatsu idem, então a decepção com o bife de kobe não foi tão grande. Ok que talvez tivéssemos comido melhor e mais barato em Osaca, e sem o atropelo. Ao invés de voltar para shin-Kobe, pegamos um trem direto para Osaca dali mesmo; como para Quioto, o tempo não seria muito diferente. Este, ao contrário do para Quioto, não era um lex, um trem caro (para quem não tem JR pass) e com conforto igual ou melhor que o do shinkansen. Era um "special rapid," mais confortável que metrô mas ainda com putaqueparius pelo meio do corredor e cadeiras não-reclináveis (mas acolchoadas), que demoraria meia hora até Osaca-Central. Melhor meia hora na cadeira normal que arriscar dormir na estação, ou pagar táxi interurbano no país com os táxis mais caros do mundo...
| Na barbacã |
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