Friday, April 8, 2016
8.4.2015 Ilha Miyajima 8 a 13C Altitude 0m
Acordamos. Voltamos pros banhos. Tomamos café; mais simples que a extravagância da noite, mas delicioso, à base de arroz, peixe, e ovo en cocotte. Nossa estalagem era ladeira acima, já no fim da cidadezinha que há na ilha, então ao invés de descer direto para o torii e o templo que eram a atração principal, resolvemos subir o morro até um teleférico; apenas umas cinco casas estavam entre nós e o início do parque, demarcado por um pequeno torii; aqui tudo é sagrado, tanto que - teoricamente - é proibida até a entrada de mulheres que estejam menstruando, para que o sangue não polua o território sagrado. Os veadinhos que encontramos pelo parque também são sagrados, e qualquer ataque a eles é punido (de novo, teoricamente) como um ataque a um ser humano; nos velhos e bons tempos, era como um ataque a um samurai, que plebeu não era bem gente. No alto do caminho, o primeiro contato com o conceito "Japão não é civilização do cartão." Não podia pagar teleférico com cartão. Não tinha banco 24h. Nopes. Sinto muito. Meia volta. Tchau. Descemos tooooodo o caminho de volta até a cidade, e fomos pelo mercado catando um banco. Nos informaram que acharíamos no correio, e achamos. Fomos sacar dinheiro e... cartão bloqueado. Diliça. O outro cartão funcionava, grazadeus. Não voltamos pro morro, que era muito chão pra se andar agora. Passeamos um pouco pelo próprio mercado, bebemos uma cerveja local hipster com os veadinhos no rótulo, comemos lula assada, deixamos de comprar (para depois nos arrepender) um shoyu local, que dizem é o melhor shoyu que existe, e fomos ver o torii e o santuário das três deusas.
O torii - era maré alta - realmente parecia pousado sobre as águas do mar. Lindo. O santuário, igualmente lindo, é basicamente um corredor compridíssimo fechando a pequena angra da qual o torii é a entrada, com alguns salões ao longo. Humanos entram pelas pontas; meio do caminho, uma ponte ridiculamente íngreme entre esse corredor e a terra, fechada a seres humanos, é a entrada principal da ilha, apenas para deuses e espíritos. Depois de percorrer o santuário, seguimos para o oeste para chegar ao aquário da ilha.
O aquário não é pequeno; tem até shows de focas, além de tanques de tudo que é tamanho para peixes e crustáceos, pinguins e lontras e águas vivas, e um par de salas explicando sobre a construção e reforma do santuário. Uma pá de criança para tudo que é canto. Na volta, passamos pelo torii grande na maré baixa, e fomos lá olhar de perto. Realmente é impressionante o tamanho do tronco de canforeira que virou pilastra. E enquanto olhávamos um pouco mais de longe, um veadinho mordeu a sacola de comida que Thuin carregava. Mari ao invés de ajudar caiu na gargalhada... outra vítima dos veados, que vimos embaixo duma toiceira de camélias, começou dando comida pra eles pra depois jogar a comida com força em cima enquanto corria.
nos damos conta de que o tempo já seria meio curto para parar em Okayama ver um parque antes de seguir para Osaca. Fomos, no atropelo, pegamos a barca quase correndo, trem local-expresso para Hiroxima, shinkansen. E, claro, quando saltamos em Okayama tínhamos exatamente SETE MINUTOS para passar pelos portões do parque antes dele fechar. Em outras palavras, não. Esperamos o próximo shinkansen, compramos uma marmita para comer no trem, e lá fomos nós. Ao contrário da marmita deliciosa de Fukuoka, esta, dentro da embalagem linda, era meio gross, com direito a um inacreditável sushi de salsicha viena frita. O horror. Mas o trem era igualmente perfeito, e nos deixou na estação Nova de Osaca no horário (já de noitinha). A estação Nova Osaca é onde param os tavs em Osaca e mais uma plêiade de trens locais; é das maiores do Japão, com as obrigatórias lojas de departamento, edifícios comerciais, e hotéis para todos os bolsos em volta. Estã no caminho do trem regular entre Osaca e o sul, e o trem expresso local que pegamos nela para a estação Osaca Central usava esses trilhos (que são quádruplos). Lotaaaaado.
Ao desembarcar na Central (muito maior ainda, com um teto cavernoso sobre o mezanino sobre os trilhos), descobrimos que...não precisaríamos ter desembarcado, se tivéssemos pego o trem parador, que seguia até a área de porto "revitalizada" onde se erguia nosso hotel. Anfã. Lá fomos nós, e um grupo de gringos que pelo visto tinha se confundido igual, pegar o trem de novo até Bentenchõ e o hotel. Na saída em Bentenchõ, apesar de só haver quatro saídas do trem (em viaduto), a sinalização confusa da JR não ajudava, e fomos pedir ajuda a uma moça que, prontamente, disse que estava indo pro mesmo sentido e nos falou para acompanhá-la. A mentirosa nos deixou na porta do hotel e deu meia volta para voltar à estação de trem...
O hotel, uma torre, a segunda mais alta da cidade e quinta do Japão, com apartamentos entre a altura do viaduto do trem e o 20o andar, e hotel dali em diante (mais um lobby ao rés do chão). Nosso quarto era no 38o andar ou coisa que o valha. A vista, fantástica, fora o pequeno detalhe de a janela não abrir. Nosso quarto era voltado para o interior e não o mar. na distância, via-se as torres em torno da estação Central. A cama era muito mole, e fomos pedir um colchonete para Thuin dormir. O concierge sorria e abanava a cabeça, e ia dando sinais de que estava aflito por não entender... eventualmente desistimos, e pedimos só um cobertor a mais, e eventualmente isso ele entendeu.
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Fio dos dias
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