Saturday, April 9, 2016

9.4.2015 Osaca 5 a 8C, Altitude 3m



Nosso primeiro dia em Osaca nasceu com um imperativo maior do que qualquer atração turística: lavar a roupa. A última vez em que tínhamos lavado mais roupa tinha sido em Kazan, a 10.000km de distância; desde então, só a lavada de roupa de baixo e camiseta para o dia seguinte. Tomamos café da manhã, inclusive o chá de rosas russo e, com a ajuda do concierge, que tinha um livrão com "todas as perguntas possíveis que os hóspedes façam" e xerocou um mapa das laundromats da região, fomos lá atrás da própria. Na frente da laundromat tinha um cafézinho, ênfase no inho, lotado por meia dúzia de habituês e cheio de fumaça de cigarro (na rua não pode, naquela região de Osaca, mas pequenos negócios são isentos da lei, pelo visto. Ou a galera era da máfia, sempre pode ser.) A tia dona-cozinheira-chapeira-e-garçonete nos serviu dois sanduíches de miga muito bons, um de ovo e um de presunto, dois cafés aguados mas melhores do que a imensa maioria dos cafés daquelas bandas do mundo entre Moscou e Tóquio, e água da bica de cortesia; café da manhã dos campeões, e durou o exato tempo da máquina lavar nossas roupas.

Roupas empacotadas no quarto do hotel, fomos para o aquário. Na estação de trem (duas estações depois do hotel), muitos cartazes já do próprio, e idem pela rua. Logo antes da esplanada que o aquário divide com um shopping center e uma roda gigante, um buraco na parede servia, em duas mesinhas na rua, takoyaki; do outro lado da rua se erguiam, altaneiros, um McDonald's e um Sukiya. O takoyaki era quilômetros melhor do que qualquer outro que tivéssemos comido, e barato; com ele, tomamos uma garrafa de asahi. (Antarctica)

O aquário de Osaca, Kaiyukan, é um dos maiores do mundo. O símbolo dele, estambado do ingresso a bichos de pelúcia às paredes, é um tubarão baleia, e entrando no aquário deu pra entender por que. Seu caminho pelo aquário é uma espiral descendente (depois de chegar lá em cima de escadas rolantes que passam por cartazes sobre o mundo dos animais aquáticos e explicam previamente o roteiro e conceito, em japonẽs, inglês, chinês, e coreano). À volta da espiral, os tanques menores (mas mesmo assim muitos enormes); no meio, um único grande tanque cilíndrico. O tema do aquário é o "anel de fogo" pacífico, então os tanques menores reproduzem ambientes específicos ao redor do oceano, enquanto o tanque principal é uma fração do mar aberto engaiolada, com os grandes peixes pelágicos. Inclusive ela, a tubaroa baleia, rodando leeeeeentamente enquanto comia. Só lembrávamos da música "ela não anda/ela desfila..." Também havia um polvo que valia mais do que o tanztheater Wuppertal inteiro, lontras marinhas, águas vivas, um peixe-lua, etc etc etc et fuckin' coetera. Na saída, obviamente, uma lojinha do aquário, onde compramos lembranças, incluindo um tubarão-baleia de pelúcia pro afilhado. No shopping logo em frente ao aquário, a versão não-é-bem-pirata de tudo que tinha na loja do museu, em maior quantidade e variedade, e menor preço...

Do outro lado do shopping, a escada rolante, com quatro gôndolas de acrílico transparente. Podia-se chegar e entrar nas gôndolas normais (era uma quarta feira, na época em que todos os turistas estão em Quioto olhando as cerejeiras) ou esperar na fila pela de acrílico. Mesmo com o medo de altura de Mari, esperamos. A vista é interessante, mas não chega a ser excepcional, até porque afinal estávamos hospedados mais alto e não muito longe dali; o melhor é mesmo a brincadeira da gôndola de acrílico.
Nosso hotel, visto da roda gigante

Na volta para o hotel, paramos para jantar no mesmo restaurantezinho do takoyaki, agora já sem as mesinhas na calçada, não sei se enxotadas por alguma lei ou pela brisa noturna. Dentro, pedimos mais takoyaki e okonomiyaki (panqueca), tão bom quanto. Um bêbado achou divertidíssimo ter gringo ali e tentava se comunicar conosco, sem muito sucesso, e empurrar shochu para bebermos, com mais sucesso.


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