Wednesday, April 20, 2016

20;04;2015 Kanazawa 17 a 24C Altitude 24m

Então, comentamos que não ia dar tempo de almoçar em Quioto, né. Pois bem, acabamos descobrindo um detalhezinho. Como o ônibus era lento, mesmo numa cidade relativamente pequena, chegamos atrasados para pegar o lex para Nagóia. Ao invés de mudarmos de planos e pegar o Hokuriku para Tóquio, deixando pra pegar as malas em Nagóia depois, resolvemos esperar. Resultado: depois da volta ao Japão toda, chegamos em Nikko atrasados.

O lex que vai de Kanazawa para Nagóia pelo plano é bem menos cênico do que o Hida pelas montanhas, mesmo com a ajuda, naquele dia, de muita neblina. Basicamente, vê-se arroz, arroz, arroz, arroz, interrompidos por aldeias, vilas, e cidadezinhas pequenas, às vezes com alguma indústria leve junto. Na chegada em Nagóia, ainda tivemos tempo de comer o estrumpfamente delicioso tonkatsu, porco à milanesa, no subsolo da estação (olhando pro relógio e praguejando se aparecia outro cliente e a garçonete falava 2s com ele, mas deu). Thuin o missô-katsu, que é a especialidade local, e Mari com um molho espesso e doce, à base de algas. De Nagóia a Tóquio, o shinkansen passou ao lado do monte Fuji, mas perdemos a imagem clássica graças à neblina. Enfim, chegamos na estação Tóquio; esta não tem os grandes espaços abertos de Osaca ou Quioto; é quase do tamanho delas, mas na base de uma profusão caótica de puxadinhos e subterrâneos. Pra nossa sorte, não tivemos que navegar muito esse caos, porque o trem que pegaríamos seria também um shinkansen, e eles estão todos agrupados num canto. Saímos da roleta só para pôr as mochilas de novo num armário, e pegamos o trem para Utsunomiya. De Tóquio até Utsunomiya, são três estações de trem-bala, mas você ainda está defintivamente dentro da mancha urbana de Tóquio; não tem intervalos com mato de mais de 15s. Em Utsunomiya, tempo contado para pegar o trem local para Nikko, só deu tempo de ver os cartazes da festa do morango. O trem local, descobrimos, subia bem inclinado, e só tinha banco de lado - e estava cheio. Uma dilícia pra Thuin, já com as costas ruins da odisséia. E uma secundarista não muito gentil inda tinha marcado seu território pondo a mochila e a pasta uma de cada lado do banco.

Chegamos em Nikko. Sem dinheiro para pagar o hotel e sem saber como faríamos, depois do problema em Kanazawa. Chovendo uma garoa fina e fria. Sabendo que estávamos bem próximos de estar atrasados para o jantar. Sem dinheiro, provavelmente, pra pegar um táxi. Resolvemos catar um banco, que não tinha na estação. Quando enfim achamos, não tirava dinheiro. Pegamos um táxi salvador e resolvemos ir até onde desse; deu justo. Chegamos, enfim no riyokan. O prédio não é particularmente bonito por fora, ao contrário do da ilha Miyajima, mas por dentro é chiquérrimo, numa mistura de estilo ocidental (ie americano) e japonês. Chegando lá, outro problema: o povo do booking havia dito que sem problemas chegar 7:30 ao invés de 7 pra janta, mas esqueceram de avisar o riyokan, que já lavava a cozinha. Primeiro parecia que passaríamos fome, mas o moço do booking, contatado no telefone, acabou conseguindo esclarecer o imbróglio, e fizeram uma janta rápida pra gente. "Uma janta rápida" já era uma delícia, bem entendido. Nosso quarto, de tatame com saleta para tirar sapatos e banheiro integrado com banheira e chuveirinho separados (ie, que dava pra fazer sua própria sauna), tinha uma varanda que dava para as corredeiras dum riozinho, com o barulho forte da corredeira cheia de água do degelo. Do outro lado do riacho, só árvores e samambaias, e só se via os outros prédios da rua esticando a cabeça. A luz mais forte era a da própria lua cheia. E fomos - claro - no onsen, que tinha até uma piscina ao ar livre para ver seu bafo fazendo fumacinha.

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